Editorial: Realidade preocupante

De ontem para hoje, duas notícias chamaram a atenção na educação. Tanto o PROUNI quanto o SISU tiveram sobras de 15%, cada um, do número de vagas em faculdades particulares e públicas respectivamente.

Antes, um breve histórico: O PROUNI é um programa do Governo Federal que usa a nota do ENEM, para possibilitar o acesso do estudante carente à faculdade privada, através de bolsas totais ou parciais. Já o SISU usa também o sistema do ENEM para proporcionar o acesso do estudante às faculdades públicas federais.


Por conta de tantas vagas perdidas, foi que resolvi escrever algumas linhas para comentar o fato.


Ano passado o ENEM teve uma reformulação para servir de instrumento de acesso as universidades federais. Para manter o alto nível dos alunos dessas faculdades, o ENEM aumentou o grau de dificuldade da prova e a quantidade de questões. Por conta disso, o rendimento desses alunos ficou aquém do esperado, não atingindo os índices mínimos para poder ser aprovado em um desses programas citados.

Apesar da grande reclamação acerca da quantidade de questões no novo processo seletivo do ENEM, o que poucos percebem é que isso também é um critério de avaliação. Ter boa interpretação, leitura dinâmica e conhecimento, são fundamentais para o sucesso em qualquer tipo de teste, seja vestibular ou concurso, ainda mais com muitas questões. Quem domina esses fundamentos, sairá na frente de uma boa porcentagem de concorrentes. Como muitos não tiveram um bom aproveitamento, provavelmente não está se dando bem em um desses quesitos, ou em todos eles.

Apesar de ter crescido o número dos que participam desses processos seletivos, vêm crescendo também a quantidade de pessoas que abrem mão de fazer um vestibular. Quando não o faz por questões financeiras (impossibilidade de deslocamento ou necessidade de trabalhar), ainda é um argumento questionável. Mas quando muitos optam por abrir mão de ter um curso superior apenas por desinteresse, o que já comprovei na prática escolar, é de se começar a preocupar.

Finalizo a abordagem dessa questão, que renderia muito mais linhas, mas que não serão colocadas nesse espaço, que tem por objetivo despertar a crítica, mas também de ser dinâmico. No entanto, deixo as seguintes questões para servir de reflexão:
O quem tem levado tantos a querer tão pouco? Por que num mundo tão exigente, as pessoas não se cobram mais? Não se propõem desafios e objetivos? Será que o problema está sendo somente no poder fazer, ou também no querer fazer?

"Não passam de traidoras as nossas dúvidas, que as vezes nos privam do que seria nosso se não tivéssemos o receio de tentar." (William Shakespeare)









Prof. Vinícius

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