Os professores da rede estadual da Bahia suspenderam nesta
quinta-feira (29) as aulas para pressionar o STF (Supremo Tribunal
Federal) a julgar um processo que corrige o salário da categoria em
1994, quando o governo lançou a URV (Unidade Real de Valor) para
possibilitar a transição para a nova moeda, o real. De acordo com José
Lourenço Dias, diretor da APLB (Sindicato dos Professores Licenciados da
Bahia), o benefício foi concedido pela Justiça, mas o governo recorreu
da decisão e não efetuou o pagamento.
Dias afirmou que há quase 17 anos os professores aguardam o repasse
de 11,28% aos seus vencimentos. “O índice deve ser retroativo, mas não
somos radicais. Aceitamentos parcelar os valores”, acrescentou. De
acordo com ele, a correção do salário pela URV foi efetuada para os
servidores do Judiciário e do Legislativo. “Mesmo alegando falta de
dinheiro no orçamento, o governo da Bahia parcelou em 48 meses o débito.
Por que não faz a mesma coisa com a gente?”.
Com a paralisação, cerca de 1,3 milhão de alunos ficaram sem aulas
nesta quinta-feira --no total, o Estado possui aproximadamente 65 mil
professores, entre ativos e inativos. Pela manhã, os professores
participaram de um ato público no centro de Salvador e decidiram
paralisar novamente as suas atividades em maio, caso o pagamento não
seja autorizado. O governo da Bahia aguarda uma decisão final da Justiça
para elaborar o cronograma de pagamento.
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