A qualidade da educação no Brasil avançou mais. O Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do país cresceu em todas as
etapas de ensino entre 2007 e 2009. No ensino fundamental, o indicador
superou as metas propostas para o período e alcançou as de 2011. “O
fantasma da queda de qualidade está ficando para trás”, disse o ministro
da Educação, Fernando Haddad, durante a divulgação dos dados, ontem
(1.º).
Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Ideb subiu para 4,6 em
2009. A nota proposta para o período era 4,2 – índice já registrado na
aferição de 2007. Nos anos finais, o indicador foi para 4,0 pontos,
superando a meta de 3,7 para o ano. O mesmo ocorreu no ensino médio, que
obteve índice de 3,6. O objetivo era registrar pelo menos 3,5 nessa
etapa de ensino no período.
Haddad considera normal que a melhora no índice seja
proporcionalmente maior nos anos iniciais do ensino fundamental.
“Vínhamos de um período de recessão educacional, de queda de
proficiência. Quando a educação começa a melhorar, é como uma onda; a
arrancada mais forte se dá nos anos iniciais e se propaga, ao longo do
tempo, nos finais e no ensino médio.”
O Ideb foi criado em 2005, como parte do Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE), para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de
ensino. O índice utiliza escala de zero a dez pontos e é medido a cada
dois anos. O objetivo é que o país, a partir do alcance das metas
municipais e estaduais, chegue à nota seis em 2021 – correspondente à
qualidade do ensino em países desenvolvidos.
“O Brasil está numa trajetória ascendente e consistente pelo quarto
ano consecutivo. Ainda estamos distantes da meta de 2021, mas com a
esperança renovada de que será alcançada”, afirmou Haddad. Entre os
fatores que influenciam na melhoria da qualidade da educação, segundo o
ministro, estão as ações que compõem o PDE – da creche à pós-graduação –
e a mobilização natural das redes e escolas a favor do cumprimento das
metas do Ideb estabelecidas para cada uma.
No indicador estão reunidos dois conceitos fundamentais para a
qualidade da educação: o fluxo escolar (taxas de aprovação, reprovação e
evasão obtidas no censo da educação básica) e as médias de desempenho
nas avaliações Prova Brasil e Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica (Saeb).
A Prova Brasil é um teste de leitura e matemática para turmas de
quarta e oitava séries (ou quinto e nono anos) do ensino fundamental. Os
alunos do ensino médio fazem o Saeb, avaliação por amostra, que também
avalia habilidades em língua portuguesa e matemática. No ano passado, as
avaliações foram aplicadas a 2,5 milhões de alunos da quarta série
(quinto ano), 2 milhões da oitava série (nono ano) e 56 mil do ensino
médio.
Os dados divulgados mostram que o desempenho dos estudantes nas
avaliações foi o que mais pesou na composição do Ideb de 2009. Nos anos
iniciais, por exemplo, foi responsável por 71% da composição da nota. Já
no ensino médio, embora o desempenho tenha sido responsável pela maior
parte da nota, a taxa de rendimento subiu em relação a 2007; teve 42% de
importância no índice, comparado aos 29% da medição anterior.
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