Os primeiros passos para aumentar a escala e o alcance do Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio) começam a ser dados. As instituições públicas
de ensino superior vão participar da elaboração do banco de itens da
prova a partir deste ano.
Antes, as questões do Enem era feitas por professores ou especialistas
contratados diretamente para a tarefa. Aumentar o número de questões
disponíveis é importante, já que a pretensão do MEC (Ministério da
Educação) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais) é aplicar duas edições da prova ao ano.
Atualmente o Inep tem cerca de 10 mil questões no BNI (Banco Nacional
de Itens) do Enem – a meta é chegar a 100 mil. Cada edição do exame é
formada por 180 questões. As universidades federais, estaduais e
municipais, além dos institutos federais de Educação Profssional podem
se cadastrar para participar do edital a partir de amanhã (30). Elas
serão pagas pelos itens elaborados, testados e aprovados. O investimento
nesse projeto será de R$ 100 milhões.
A ideia é aproveitar a experiência acumulada pelas universidades na
elaboração dos seus vestibulares para “engordar” o BNI. “É importante
envolver cada vez mais as instituições públicas de ensino superior [no
Enem]. Elas vão compartilhar de forma mais sistêmica”, explica a
presidente do Inep, Malvina Tuttman. Segundo ela, as instituições já
demontraram grande interesse em participar do projeto. Elas deverão
formar equipes para elaborar as questões nas quatro áreas que são
avaliadas no Enem: linguagens e códigos, ciências da natureza, ciências
humanas e matemática.
Um banco de itens mais completo permitirá no futuro a informatização
das provas do Enem. O ministro Fernando Haddad espera que esse modelo,
já utilizado em países como os Estados Unidos, comece a sair do papel em
um prazo de três anos. Pelo sistema CAT (Computer Adaptive Testing), o
candidato faz a prova em um terminal capaz de gerar uma prova diferente
para cada um. Isso é possível porque a metodologia adotada no Enem é a
TRI )Teoria de Resposta ao Item), um modelo que atribui pesos diferentes
às questões em função do número de erros e acertos obtidos pelos
candidatos.
“O desenho dessa sala de aplicação está em estudo e assim que for
concluído vamos soltar um segundo edital para instituições que queiram
se habilitar para aplicar o exame”, informou Haddad. Inicialmente essas
salas vão servir para testar os itens que vão ser incluídos no BNI. “A
informatização necessita da instalação de áreas próprias para aplicação
do exame nesse formato, o que exige a aquisição de equipamentos próprios
por parte daqueles que vão se habilitar. Não é só o terminal, mas toda
uma infraestrutura de segurança”, explicou o ministro.
De acordo com Haddad, o Inep ainda não definiu a partir de quando o
Enem passará a ter mais de uma edição por ano. O mais provável é que o
próximo edital já tenha a previsão da edição deste ano e de outra prova
para o primeiro semestre de 2012. “Temos que dar início a esse
processo”, afirmou.
UOL
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