Cérebros conectados na rede. Reações rápidas, ansiedade por respostas
imediatas. Mãos extremamente ágeis, que teclam na velocidade da luz,
que dominam a tecnologia touch screen e ao acariciarem telas, acessam o mundo.
Você conhece alguém que apresenta essas características? Seus alunos
ou filhos encaixam-se nesse perfil? E você? Consegue seguir o ritmo
dessas crianças e jovens adultos que apresentam como marca registrada o
domínio sobre toda e qualquer tecnologia? Isso sem falar sobre o
comportamento desses jovens, um comportamento que encontra suas origens
em um cenário onde a realidade é global e divide-se entre o real e o
virtual.
As vidas online
e off-line misturam-se e tornam-se uma só. Difícil dizer o que, de
fato, é real e o que é ficção. O virtual não deixa de ser realidade e
cada vez mais, com tecnologias como o Skype, em que é possível
ouvir e ver a pessoa com quem se fala, é difícil dizer que as interações
que ocorrem pela internet não são reais.
Este novo cenário que hospeda a humanidade gera novos comportamentos.
Aqueles que nasceram na era digital não conhecem o mundo sem
computador, celulares, etc. Para eles, a vida é isso… Viver é estar
conectado e passar 1 minuto sequer sem ter acesso à internet significa
não ter acesso às coisas do mundo.
Posto isso, pensemos sob uma perspectiva pedagógica. O comportamento
gerado a partir de um cenário dinâmico, ágil e instantâneo (como é o
cenário de um mundo digital) encontra suas referências nessas
características e influencia-se por elas. Assim, esses jovens têm
grandes chances de assumirem um perfil em que prevalece o imediatismo,
ansiedade, agilidade e muitas vezes aquilo que não apresenta a
velocidade da luz corre o risco de desconcentrá-los facilmente.
Imagine agora esse jovem dinâmico e acostumado com a troca de
informações instantânea dentro de uma sala de aula. Além da
alfabetização formal, ele também foi alfabetizado pelos agentes da Idade Mídia.
A televisão, videogame, internet assumem papel de professores para esse
jovem e tornam-se importantes influenciadores em sua vida.
Esses “professores informais” interferem no processo de aprendizagem
do jovem e por isso a prática pedagógica deve abrir-se a possíveis
mudanças e ser flexível a adaptações. Contudo, é importante ressaltar
que não falamos aqui em rendição do ensino formal à educação informal e à
linguagem e dinâmica do mundo digital. O que buscamos é compreender a
necessidade e urgência em se pensar novas maneiras de ensinar e
conversar com esse público, que apresenta características tão peculiares
e muitas vezes, tão conflitantes com a linguagem e tradição da educação
formal.
CadernoDia
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