Nota: notícia de atualidades que pode estar presente nos próximos vestibulares ou ENEM
Áreas: Redação, Geografia e História
O rei Abdullah da Arábia Saudita anunciou neste domingo que pela
primeira vez as mulheres do país terão o direito de votar e concorrer
nas próximas eleições municipais. A mudança, que passará a valer em
2012, acontece em meio às revoltas populares no mundo árabe e foi celebrada por ativistas que há anos pedem mais direitos às mulheres sauditas.
“Como nos recusamos a marginalizar as mulheres na sociedade em todos os papéis que estão de acordo com a sharia
(código de leis do islamismo), decidimos envolver as mulheres como
membros do Conselho da Shura”, afirmou, fazendo referência ao órgão que
funciona como uma espécie de Parlamento, embora sem poderes
legislativos. “As mulheres poderão concorrer com candidatas nas eleições
municipais e até terão o direito de votar.”
A eleição municipal é a única realizada na Arábia Saudita , um país conservador onde as mulheres não têm permissão para dirigir
ou viajar para o exterior desacompanhadas. Na votação deste ano,
marcada para quinta-feira, estarão em disputa metade das 285 cadeiras da
Shura – a outra metade é nomeada pelo governo.
Em meio às revoluções que derrubaram líderes na Tunísia e no Egito, no início deste ano ativistas convocaram protestos também na Arábia Saudita.
Mas os tumultos não chegaram a ganhar repercussão no país
principalmente porque o governo se apressou em anunciar benefícios
sociais para a população.
De acordo com o jornal The New York Times, o reino está gastando US$ 130 milhões
(cerca de R$ 205,5 milhões) para aumentar salários, construir moradias e
financiar organizações religiosas, entre outras despesas que têm
efetivamente neutralizado a oposição.
Assim, as reservas monetárias do rei, que aumentaram outros US$ 214
bilhões com os lucros que o país obteve do petróleo no ano passado,
formam uma proteção para a família real contra os pedidos de mudança que
tomam conta da região.
IG
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