Em palestra na FGV (Fundação Getúlio Vargas) no Rio, nesta
segunda-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que espera
uma resposta do Congresso para definir o orçamento para educação em
2012, que deve ficar entre 7% e 10% do PIB nacional. Ele também pregou o
fim do vestibular e a reformulação do Ensino Médico.
A proposta de aumentar o orçamento faz parte do Plano Nacional de
Educação, que aguarda aprovação do Congresso e prevê os investimentos na
área para os próximos dez anos. Atualmente a educação corresponde a 5%
do PIB brasileiro.
"Não vai ser menos de 7% do PIB nem mais do que 10%", disse Haddad, ao
lembrar que o Brasil foi um dos últimos países da América Latina a
despertar para a necessidade de investir em educação e que é preciso
"correr atrás dessa diferença histórica".
O ministro também ressaltou a necessidade de reformular o Ensino Médio,
enxugando o conteúdo ensinado atualmente e criando escolas em tempo
integral. "Hoje o aluno vê o Ensino Médio como um pedágio para o
vestibular. Temos que mudar isso para uma forma mais coerente, que
responda aos anseios da sociedade."
Haddad também minimizou os problemas com o Enem, que classificou como um
dos sistemas mais modernos do mundo de acesso a universidade. "É um
problema fazer uma prova para 5 milhões de pessoas em um fim de semana",
explicou. Segundo ele, o Brasil está em um processo de substituição do
vestibular e é preciso acabar com a prova, insuficiente para avaliar os
alunos integralmente.
Apesar de ter passado a palestra elogiando as ações do seu governo,
Haddad, pré-candidato ao governo de São Paulo, evitou falar sobre a
campanha. "Política só no final de semana. De segunda a sexta, só
educação", disse.
Folha
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