Dados do Censo da Educação Superior de 2010, divulgados nesta semana
pelo Ministério da Educação (MEC), mostram que o curso de administração é
o que tem maior número de estudantes no país: 705.690. Na lista das
graduações mais populares, aparecem, na sequência, direito (694 mil),
pedagogia (297 mil), enfermagem (244,5 mil) e ciências contábeis (244,2
mil). Os números referem-se apenas às matrículas dos cursos presenciais,
que totalizam 3,1 milhões de estudantes.
Para o secretário de Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio
Costa, não é positivo que haja concentração da formação em áreas
específicas. "Isso não é bom para o desenvolvimento do país, nem
vantajoso do ponto de vista social e econômico. Temos que continuar
trabalhando por meio de mecanismos de oferta que incentivem a criação de
novos cursos e permitam ao aluno ter melhor visualização das vagas
disponíveis", explica o secretário. Ele cita como exemplo o Sistema de
Seleção Unificada (Sisu), ferramenta criada pelo MEC em 2009, que reúne
vagas oferecidas por diferentes instituições públicas de ensino superior
e permite ao aluno pleitear uma delas utilizando a nota do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em 2010, foram oferecidos 3,1 milhões de vagas pelas instituições
públicas e privadas em cursos presenciais e o dobro de estudantes se
inscreveu nos processos seletivos em busca de uma delas. Entre os cursos
com maior procura, o campeão foi direito: 632 mil candidatos para
disputar uma das 218 mil vagas ofertadas. Em segundo lugar vem
administração, com 617 mil inscritos, seguido por medicina, com 542 mil,
pedagogia, com 268 mil, e enfermagem, com 257 mil.
Segundo Costa, houve um incremento de 45% no número de alunos que
ingressaram nos cursos de engenharia - área considerada estratégica
pelo governo e que sofre com a falta de mão de obra qualificada. "Pode
não haver vaga no mercado de trabalho para tanto administrador que está
se formando e, ao mesmo tempo, o Brasil precisa de outras carreiras",
pondera o secretário.
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