Objetivo é identificar falhas no processo de alfabetização e tentar corrigi-las a tempo
O Ministério da Educação (MEC) criará mais uma avaliação, para crianças
de 7 anos. O exame, ainda sem data para começar, quer detectar se esses
alunos estão conseguindo aprender a ler. Hoje, 15,2% das crianças no
País acabam o período de alfabetização sem saber ler ou escrever.
O dado nacional esconde diferenças enormes entre regiões e Estados.
Enquanto em Santa Catarina e no Paraná apenas 5% das crianças não estão
alfabetizadas aos 8 anos, no Pará e no Maranhão o índice passa dos 30%.
Em São Paulo, a média é de 7,6%.
Apesar de o Ensino Fundamental ser de responsabilidade dos municípios -
e, em menor grau, dos Estados -, o MEC quer acompanhar as crianças para
que se cumpra a meta de alfabetizar todos os estudantes até os 8 anos.
"Queremos fazer essa avaliação para que seja possível intervir antes
dos 8 anos se o resultado não for bom", disse o ministro Aloizio
Mercadante, em reunião da Comissão de Educação na Câmara. "Temos outra
prova aos 8 anos. Mas aí, se a criança não se alfabetizou, já teremos
uma defasagem que pode terminar no abandono da escola."
O MEC faz, desde 2008, a Provinha Brasil, de alfabetização e matemática
para crianças de 8 anos. Mas essa avaliação não é nacional. O material é
preparado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inpe), repassado para Estados e municípios e utilizado livremente. O
resultado é apenas para uso interno. A ideia inicial, de se fazer uma
amostra nacional para que se pudesse avaliar o grau de alfabetização
antes de as crianças chegarem à 4.ª série - quando passam pela Prova
Brasil -, nunca saiu do papel e o MEC hoje usa dados do Censo 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda não está definido como e se a divulgação desses números será
feita. Mercadante, no entanto, quer destacar pelo menos as escolas que
estão conseguindo alfabetizar seus alunos. O novo ministro já pegou o
programa, chamado de Alfabetização na Idade Certa, quase pronto quando
assumiu o cargo, em fevereiro, mas quer incluir algumas mudanças. Uma
delas é dar bônus para escolas e professores que atingirem objetivos.
"Estamos trabalhando um grande programa de bolsa de estudos para os
professores que tiverem os melhores resultados, para que eles visitem e
façam estágios nas melhores escolas do Brasil e até do exterior. É uma
maneira de motivá-los."
Folha
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