Hoje: 100 anos da Guerra do Contestado

 
O que foi a Guerra do Contestado?

Ela foi desencadeada pela perseguição policial a um grupo de sertanejos devotados a práticas não oficiais do catolicismo. Chamou-se “do Contestado” pelo fato de o conflito se iniciar numa região litigiosa (contestada) entre Paraná e Santa Catarina. Mas não se trata de um confronto entre os dois estados. O embate tomou grandes proporções por atrair, ao lado dos devotos, um grande contingente de posseiros expulsos de suas terras pela construção da Ferrovia São Paulo – Rio Grande, a cargo da Brazil Railway. Antigos federalistas e adversários locais dos prefeitos (fazendeiros e coronéis da Guarda Nacional) ligados ao Partido Republicano se juntaram aos sertanejos rebelados. Dessa forma, além das questões religiosas, se fundiram ao movimento o descontentamento social e a crítica ao coronelismo e à violência da expropriação praticada pela ferrovia. Os sertanejos construíram um projeto rebelde de sociedade, a Cidade Santa, que seria uma Nova Jerusalém – um local onde todos trabalhavam para a comunidade e colocavam seus bens à disposição. O exército foi tentar conter o levante. Os quatro anos de combates envolveram sertanejos do planalto catarinense (Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas), além de ervateiros dos vales dos rios Iguaçu e Negro. Nas forças militares, além dos soldados do exército, havia mais de 2 mil praças das polícias do Paraná e de Santa Catarina. O episódio, em que os sertanejos terminaram derrotados e sem sua cidade, revelou as condições de luta pela terra no país no início do século 20.

A guerra em números

1912 foi quando começou o conflito
8 mil soldados do exército foram destacados
40 mil de sertanejos lutaram nos combates
10 mil morrerram na guerra
Fonte: Paulo Pinheiro Machado, professor da UFSC, autor do livro Lideranças do Contestado, ed. Unicamp. 
 
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