Chegar ao professor de matemática que ensina nas pequenas cidades do
interior do país é um dos desafios do programa Mestrado Profissional em
Matemática em Rede Nacional (Profmat), segundo o relatório Quem é o Professor de Matemática da Escola Básica?,
realizado pela Sociedade Brasileira de Matemática. O estudo traça um
perfil quantitativo desses profissionais, utilizando dados dos exames de
acesso de educadores ao programa de 2011 a 2013, e qualitativo, por
meio de questionários digitais por amostragem.
De acordo com o presidente do conselho gestor do Profmat, Marcelo
Viana, o relatório indica a necessidade de interiorizar a oferta do
mestrado profissional, para atingir o educador distante das capitais e
regiões metropolitanas. Para que essa oferta seja garantida, explica, é
preciso ter um corpo docente capacitado nas instituições de ensino
superior participantes da rede do Profmat e um polo o mais próximo
possível, para que o professor possa frequentar as aulas presenciais.
Marcelo Viana lembra que o mestrado profissional em matemática tem
duração de dois anos e é semipresencial, o que significa que o educador
combina a pós-graduação com as atividades na escola de educação básica
onde trabalha. Viana fala sobre um professor de Parintins, cidade que
está a 369 quilômetros de Manaus, para ilustrar esse tipo de
dificuldade. Esse professor, diz, nem barco tinha para ir ao polo de
Manaus para as aulas presenciais. “Ele gastou quase todo o valor da
bolsa do mestrado com passagens de avião para estar nas aulas, mas
concluiu o mestrado com louvor”.
Análise – O estudo sobre o Mestrado Profissional em
Matemática em Rede, o Profmat, mostra que o programa de pós-graduação é
oferecido nas cinco regiões do país desde 2011. Em 2013, teve a
participação de 60 instituições de ensino superior, sendo 58 públicas, e
79 polos, todos vinculados à Universidade Aberta do Brasil (UAB). Mesmo
que a abrangência seja significativa, o relatório aponta concentração
nas capitais e grandes carências nas regiões Norte e Nordeste.
A distribuição das instituições e dos polos é assim: região Norte,
oito instituições e oito polos; Nordeste, 18 instituições e 25 polos;
Centro-Oeste, seis instituições e 11 polos; Sudeste, 18 instituições e
25 polos; e Sul, oito instituições e nove polos. Quando olha o número de
ingressos na pós-graduação nos processos seletivos de 2011 a 2013, o
estudo mostra que o Sudeste aparece com 33% e o Nordeste com 32%.
Quando trata de gênero, os dados mostram que os candidatos ao Profmat
são prioritariamente homens (58%), com idades entre 29 e 33 anos (23%),
formados em matemática há no mínimo cinco anos e no máximo nove anos
(33%). Já a maior porcentagem dos aprovados no programa é das regiões
Sudeste e Nordeste (69% em 2011, 68% em 2012, 71% em 2013).
Sobre as notas médias obtidas nas três edições do exame, a das
mulheres é inferior à dos homens. As mulheres obtiveram médias de 37,5
pontos em 2011, 33 em 2012, e 31 em 2013. Já os homens alcançaram 46,5
pontos em 2011, 41 em 2012, e 37 em 2013.
MEC
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