Entre 2006 e 2011, com recursos do Programa
de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades
Federais (Reuni), foram investidos R$ 208 milhões em obras de
reestruturação de unidades de ensino e da estrutura dos campi da
Universidade Federal da Bahia (Ufba). Apesar disso várias unidades
apresentam deficiência de infraestrutura que vão desde goteiras a atraso
de obras que prejudicam estudantes e docentes.
Passados quase três anos do incêndio que consumiu o quinto
pavimento do Instituto de Química (IQ), no Campus de Ondina, a vida de
professores e estudantes ainda não retornou ao ritmo de antes. Segundo a
estudante do 8º semestre de Química, Jaqueline Barbosa, 22 anos, todas
as disciplinas de laboratório da graduação foram transferidas, neste
semestre, para o Serviço Médico Universitário Rubens Brasil (Smurb), na Federação.
O ritmo de obras, que também ocorrem no Instituto de Física (IF), ao
lado, transtorna a rotina dos estudantes. Neste último, o espaço de
encontro dos alunos é um pátio com poucas mesas e cadeiras. Um dos
alunos de física assinalou que o local não era propício aos estudos.
Também não foram concluídas a construção do edifício anexo, o
Complexo de Física e Química, que unirá os dois institutos que também
passam por reformas. As obras deste complexo, iniciadas há quase um ano e
com prazo de conclusão de 540 dias, estão orçadas em R$ 16,3 milhões, e
os recursos foram anunciados ainda em 2009 pelo Ministério da Ciência e
Tecnologia,
após o incêndio no IQ em 21 de março daquele ano. “A expectativa é que
até o final do ano a obra esteja entregue”, estimou o diretor do IF,
Arthur Matos Neto.
Alunos e professores também se queixam da falta de manutenção no
prédio da Faculdade de Comunicação, que tem vazamentos em áreas
equipadas com projetores de vídeo, vidros quebrados nas janelas e atraso
na montagem de um novo elevador .
O diretor do Instituto de Física, Luiz Rogério Bastos Leal, que
responde por todas as obras hoje em andamento nos campi da universidade,
foi mais cauteloso, durante entrevista no prédio da Biblioteca Central,
em Ondina. “Esta é uma questão (a conclusão das obras do Complexo) de
difícil resposta. Na construção civil, hoje, sabemos como são as coisas:
são seis meses para receber piso, outros três para receber vidro,
outros dois para contratar pessoal”, enumerou.
O vice-reitor ressalta ainda que, além da falta de estrutura herdada,
as obras que devem solucionar o problema geram transtornos à comunidade
universitária. “Mas eu não posso dizer aos estudantes ‘não venham este
ano porque estamos em obras’. Temos uma responsabilidade”, salientou o
vice-reitor. Arthur Matos Neto ressaltou que, diariamente, circulam
pelos campi da Ufba cerca de 50 mil pessoas. “As pessoas só suportam o
desconforto desta fase de transição porque vislumbram um futuro melhor”,
apontou.
“E nós também não podemos dizer ao Ministério da Educação que não
mande mais dinheiro para obras porque elas estão atrapalhando a rotina.
As obras realizadas com pessoas tendo aulas, com atividades de pesquisa,
vão demorar mais. Mas temos que fazer”, pontuou o vice-reitor.
Hoje são 19 contratos referentes a obras de ampliação, 29 reformas de unidades, além de outras 35 obras nos campi de Salvador, Vitória da Conquista e Barreiras.
A Tarde
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