Carlos II, o Enfeitiçado
Rei da Espanha de 1665 a 1700
O último rei da família dos Habsburgos a reinar sobre a Espanha e
parte da Itália era tão repulsivo que todo mundo – inclusive ele próprio
– achava que era culpa de algum feitiço ou maldição. Ele chegou até a
ser exorcizado. Além de ter nascido com raquitismo e epilespsia, ele
tinha problemas mentais, babava e só foi aprender a falar com quatro
anos de idade. Só aos oito começou a andar. Com medo de sobrecarregar o
doente, sua família lhe tratava com tanta indulgência que ninguém nem
exigia que ele andasse limpo. Carlos também tinha várias superstições e
dormia com amuletos debaixo do travesseiro, como fios de cabelo e unhas
cortadas. Mas o problema não tinha a ver com poderes malignos. Em sua
família, eram muito comuns casamentos entre parentes. Para se ter uma
ideia, a mãe de Carlos era sobrinha do pai dele e filha da Imperatriz
Maria Ana de Espanha. Assim, a Imperatriz era simultaneamente sua tia e
sua avó. A combinação pode ter favorecido doenças genéticas. Está vendo o
queixo esquisito do rei na pintura acima? Essa característica era comum
em sua família e é causada por uma desordem genética chamada
prognatismo mandibular. Como consequência, Carlos não conseguia mastigar
direito e mal dava para entender o que ele falava. A loucura também
acometeu vários de seus familiares.
Luís V, o Preguiçoso
Rei da França de 986 a 987
Por causa de sua falta de iniciativa, o último rei da Dinastia
Carolíngia da França recebeu o desagradável apelido de “Indolente” ou
“Preguiçoso” ou “o Não-Faz-Nada”. Mas justiça seja feita: ele reinou por
apenas um ano. Subiu ao trono quando tinha 19 anos e morreu no ano
seguinte. Além disso, o poder nessa época ficava quase sempre nas mãos
dos nobres. Então, sobrou pouca coisa para ele fazer.
Selim II, O Bêbado
Imperador Otomano de 1566 a 1574
Selim II ganhou o nome graças ao seu desinteresse pelo governo,
especialmente no quesito militar. Ele foi o primeiro sultão a ter tanto,
digamos, desprendimento, deixando o poder nas mãos de seus ministros
para ficar livre para ir atrás do que realmente importava: orgias,
vinho, farras. Sua morte deu ainda mais força ao apelido. O imperador
levou um tombo enquanto tomava banho bêbado. Em seguida, foi acometido
por uma forte febre e acabou batendo as botas.
Pepino III, o Breve
Rei dos Francos, de 752-768
Pepino, o Breve
Embora as biografias não apontem suas medidas, ele era considerado
baixo. Daí o apelido “Breve”. Já Pepino era seu nome de verdade – e era
bastante comum em sua família. Seu avô e tataravô também se chamavam
assim e ele teve um neto, filho de seu filho Carlos Magno, que era
conhecido como Pepino, o Corcunda. Este, apesar do problema na coluna,
era descrito como um homem atraente e muito amável. Pepino, o Corcunda
não chegou a virar rei (foi preterido por um irmão mais novo, batizado
com o mesmo nome) e , depois de uma tentativa frustrada de golpe para
chegar ao poder, teve de passar o resto da vida como um monge.
Pepino, o Corcunda
Luís XI, o Rei Aranha
Rei da França de 1461 a 1483
O reinado de 22 anos de Luís XI foi tão cheio de maquinações
políticas e redes (ou teias) de intrigas e conspirações que ele ganhou o
apelido de Rei Aranha. Sutil, né? Entre os vários inimigos que
conquistou estão Carlos VII (seu próprio pai), seu irmão, seu cunhado e o
rei Eduardo IV da Inglaterra. Luís XI tirou o poder dos nobrezas e
fortaleceu a monarquia, sendo considerado um dos principais responsáveis
pela reunificação do reino e pela sua modernização.
Ivan, o Terrível
Czar da Rússia de 1533 a 1584
Os habitantes de Moscou sofreram muito durante o governo de Ivan, o
Terrível. Com medo de suas reações sanguinárias e explosivas (o primeiro
czar da Rússia tinha surtos episódicos de loucura), um monte de gente
preferiu abandonar a cidade a viver sob o domínio do tirano. Ele arrasou
cidades e matou milhares de pessoas. Por medo de conspiração,
assassinou o filho com as próprias mãos. Por outro lado, Ivan fez da
Rússia uma nação moderna e lançou as bases para que ela se tornasse um
grande império mundial mais tarde. Você vai julgá-lo?
Maria, a Sanguinária (ou Bloody Mary)
Rainha de Inglaterra e da Irlanda entre 1553 e 1558
O reinado de Maria I, filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão,
durou apenas cinco anos. Mas foi um dos que mais renderam fofocas na
história da Inglaterra. A rainha tentou, em vão, restaurar o catolicismo
inglês e perseguiu a igreja que seu próprio pai havia fundado, mandando
queimar 300 anglicanos vivos. Até sua meia-irmã, que se tornaria a
célebre rainha Elizabeth I (aquela dos filmes), ficou dois meses presa
na Torre de Londres. Hoje, Bloody Mary virou nome de uma bebida feita
com vodca e suco de tomate.
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