Na próxima segunda-feira (16) é
comemorado o Dia Mundial da Voz. Celebrado desde 2003, a data foi criada
para conscientizar a população sobre a importância de se cuidar das
cordas vocais.
Mas você conhece quais são os cuidados necessários para manter uma boa saúde vocal?
A fonoaudióloga Gabriela Almeida, professora
do Departamento de Ciências da Vida (DCV) do Campus I da UNEB, em
Salvador, lembra que existem algumas ações que podem ser adotadas pelas
pessoas para prevenir futuros danos à voz, como a ingestão de muita água
e a redução do uso excessivo da fala.
“As mulheres, por exemplo,
principalmente àquelas que usam a voz como instrumento de trabalho,
devem evitar falar abusivamente em período pré-menstrual. Nesta fase
ocorre a oscilação do nível de estrógeno, o que deixa várias regiões do
corpo feminino inchadas. Assim como os seios incham, as pregas vocais
também podem sofrer o mesmo processo, gerando uma voz mais grave”,
explicou Gabriela.
A docente completou: “Percebemos que
muitas pessoas têm problemas na voz por falta de conhecimento sobre os
cuidados necessários. Mas quem se dedica a profissões que não permitem o
descanso vocal, como é o caso de professores, devem tomar algumas ações
preventivas, a exemplo do uso de microfones durante as aulas”.
Doenças da voz
Além dos professores, os problemas de
saúde na voz atingem diversas categorias profissionais, como atendentes
de telemarketing, recepcionistas, artistas, jornalistas e políticos.
Entre as doenças mais frequentes estão a
rouquidão, a paralisia das cordas vocais, o surgimento de pólipos e
nódulos e a disfonia psicogênica (perda da voz por questões
psicológicas).
“Se a pessoa sentir uma falha na voz ou
ficar rouca por mais de 15 dias, deve procurar um otorrinolaringologista
pois pode ser uma doença”, alertou Gabriela.
Uma outra doença associada à voz é o
câncer de laringe. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),
fumantes têm 10 vezes mais chances de desenvolver câncer de laringe. Em
pessoas que associam o fumo a bebidas alcoólicas, esse número sobe para
43.
Dedicação ao tratamento
Há três anos, após sentir uma rouquidão,
a cantora baiana Roberta Leal, da banda de axé African Bahia, descobriu
que estava com uma fenda em ampulheta, uma alteração na laringe pelo
mau uso da voz.
A artista passou por um tratamento de
fonoterapia com o acompanhamento da professora Gabriela Almeida, e na
semana passada descobriu que está quase curada.
“A voz é muito sensível e emocional. É
nossa maior forma de comunicação. Eu passei a intensificar os cuidados,
mas infelizmente nem todas as pessoas cuidam dela da forma devida”,
pontuou Roberta.
Para a fonoaudióloga, esse resultado foi
possível graças à dedicação da cantora ao tratamento. “Nosso papel é
reabilitar o paciente por meio de exercícios vocais e da orientação
sobre medidas preventivas, avaliando o dia a dia do paciente”, concluiu.
UNEB


0 Comentários